Comunicações de Conselho Parte I

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O papel dos conselhos das empresas vem se expandindo, assim como a quantidade de temas que conselheiros de administração, conselheiros consultivos e advisors devem entender para serem eficazes. A variedade de assuntos importantes e alavancas estratégicas com que essas estruturas corporativas têm de lidar é um desafio intrínseco de uma matriz cada vez mais complexa de drivers de sucesso. Nunca as empresas tiveram tantos dados sobre tantos clientes e stakeholders. Atrair e reter talentos, especialmente no mundo pós-pandemia, tornou-se muito mais difícil.

Oferecer orientação eficaz a uma equipe de executivos e fornecer bons inputs, portanto, nunca foi tão complexo quanto hoje. No entanto, uma ferramenta importante que pode ajudar os membros do conselho e do comitê a melhorar sua capacidade de fazer isso permanece muito subutilizada:

Como consultor e conselheiro de empresas e CxOs, nunca deixo de me surpreender com a frequência com que executivos inteligentes e equilibrados relegam suas próprias comunicações interpessoais a um papel menor. Tenho observado o mesmo fato em vários conselheiros, e longas reuniões de conselho ficam atoladas em minúcias financeiras e operacionais que geram resultados menos eficazes porque, por mais experientes que sejam seus membros, a qualidade de suas comunicações é pobre.

Uma ótima governança depende profundamente de uma ótima comunicação, com os demais membros do conselho, com o CEO e outros executivos-chave, com os acionistas e com vários outros stakeholders.

Costumo recomendar que executivos experientes, membros do conselho e advisors se tornem excelentes comunicadores – e alguns deles já são – porque quanto melhor você comunicar suas ideias, melhores serão os resultados do que você faz.

Treinar e desenvolver suas próprias habilidades de comunicação é absolutamente essencial para se tornar um conselheiro melhor e passar orientações melhores. Seguem algumas dicas rápidas:

 

The Basics:

1) Mensagens

Este é realmente o marco zero e deve ser seu primeiro passo se você estiver falando para um grupo de amigos, dando aula para dezenas de estudantes ou falando em rede nacional de televisão: O que exatamente você quer dizer?

Antes de se dirigir ao seu público, você deve definir claramente as principais mensagens que deseja transmitir. Você deve saber exatamente o que são – em comunicação existem diversas oportunidades para improvisação, mas não aqui.

Suas mensagens devem ser simples, claras e no menor número possível. Exemplos podem ser: “Precisamos melhorar as vendas em XX%” ou “temos que aumentar a diversidade neste conselho adicionando…”.

Seja o mais específico possível em suas mensagens. 

2) Tom

O conteúdo e a forma são mais ou menos igualmente importantes e devem ser cuidadosamente adequados às características do seu público.

O tom – ou forma – de suas mensagens deve ajudar a transmiti-las da forma mais clara e eficaz possível, respeitando os requisitos e capacidade de entendimento desse público. Por exemplo, um discurso técnico para um grupo de técnicos requer uma linguagem e profundidade mais técnicas. Conversar com investidores pode exigir uma abordagem forte, persuasiva e direta, dependendo da sua intenção. Por outro lado, dar uma “bate-papo motivacional” em um evento interno da empresa deve ser o mais energizante e motivador (portanto emocional) possível.

Existem muitos aspectos técnicos para criar ótimas comunicações, mas obter o tom perfeito é mais “arte” do que “ciência”.

3) Contando a história

Se você definiu duas ou três mensagens claras e aperfeiçoou o tom para transmiti-las, agora é hora de se concentrar em como melhor passar sua narrativa ao seu público.

Uma ótima narrativa sempre foi uma parte essencial de qualquer empreendimento de sucesso, seja um ele corporativo ou pessoal. Não importa se isso é como você se comunica em uma reunião de diretoria ou como você se apresenta em uma entrevista de emprego, transmitir essas mensagens com o tom certo ao seu público de uma maneira envolvente e fluida é fundamental para torná-lo mais eficaz.

Nesse contexto, contar histórias não é contar mentiras. Significa contar sua história da maneira mais convincente possível. Espontaneidade e honestidade são fundamentais para criar empatia e ressonância e podem significar o sucesso ou fracasso de uma grande história porque, na maioria das vezes, o público consegue dizer se o que você está dizendo é uma representação verdadeira do que você realmente sente.

Os conselhos podem se beneficiar muito de melhorias em suas comunicações com todos seus stakeholders, especialmente em uma época de transformação tão rápida dos negócios (e da sociedade), com expectativas crescentes de mudança e inclusão em todos os níveis. Várias camadas adicionais de complexidade em organizações e consumidores que cada vez mais exigem melhor governança e transparência das corporações significam que os principais executivos e membros do conselho devem se tornar melhores comunicadores para serem percebidos como verdadeiras lideranças.

Torne-se um grande comunicador e o impacto que você pode ter será muito maior.

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